sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Mulheres maduras no mercado de trabalho

O pensamento de muitas mulheres em relação a mudar de profissão, começar um novo trabalho ou voltar à sala de aula com mais de 40 anos, tem mudado. O receio de enfrentar uma faculdade e lidar com as mudanças de emprego, inicialmente assustam e requer muita dedicação, contudo, muitas estão buscando seu espaço e procurando se firmar no mercado de trabalho.
O número de mulheres em crescimento dentro da empresa é apontado por pesquisas, e elas têm cada vez mais a pretensão de chegar a cargos altos, hoje, ocupados na maioria das vezes, por homens.
Aos 47 anos, a secretária Márcia Neves resolveu mudar de profissão. Fascinada por história, encontrou no curso de bacharel em história uma possibilidade de se realizar profissionalmente. Além de ampliar seu campo intelectual, quer encontrar no mercado de trabalho uma possibilidade de exercer sua nova profissão.
“Aos 47 anos, estou no auge da minha produção intelectual. Se perguntassem sobre o que eu estaria fazendo hoje, há duas décadas, confesso que por melhor que fossem as minhas condições, não atingiria a realidade que estou vivendo atualmente”, analisa.
Ana Paula Carvalho, profissional de Recursos Humanos, aponta que o crescimento do número de mulheres em níveis de chefia ou cargos intermediários tem crescido, uma vez que elas costumam estudar mais. “E agora, a nova família brasileira, com a mulher trabalhando mais, isso ficou cada vez mais comum” afirmou a gerente de RH de um site de contratações da internet.
As empresas buscam profissionais comprometidos com o trabalho e segundo o empresário Antônio Carlos Venâncio, 90% dos seus funcionários são do sexo feminino. “As mulheres vêm se destacando em diferentes áreas aqui na fábrica. Elas trabalham na linha de produção, no SAC, nas vendas e isso mostra a solidificação do trabalho da mulher”, diz.
As mulheres mais maduras são mais atenciosas e criteriosas na hora da produção, além de saber lidar com o consumidor de forma diferenciada. Elas também são mais comprometidas e fiéis ao trabalho, pois tem compromissos a cumprir e objetivos a serem conquistados.
O sexo feminino ainda busca acabar com uma cultura de inferioridade em relação aos homens na questão do salário, mas um passo foi dado, elas já alcançam cargos que só seriam para homens.
O que as mulheres precisam é se inteirar com o mundo corporativo e entender sua dinâmica, bem como se preparar para ele. As empresas estão mudando de conceito em relação ao sexo e a idade, e se preocupam mais com as habilidades, com a garra e a iniciativa de se adaptar ao desenvolvimento de novas competências.
Para as mulheres que decidiram começar agora, como eu, aos 47 anos “a recomendação é a mesma que para os jovens que querem ingressar no mercado de trabalho. A diferença é a idade e o vigor físico. Mas na maioria das empresas o que vale é a competência” afirma Márcia Neves, estudante de história.
A valorização profissional da mulher depende exclusivamente da vontade de ir além. Por isso, vale a pena estudar novos projetos, modificar rotinas e alimentar os sonhos. Nunca é tarde para fazer mudanças na vida, principalmente intelectuais.

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