terça-feira, 10 de agosto de 2010

Dia dos pais também é assunto de mulher

Por Carol Asthine
*Esta matéria foi publicada no último sábado como lançamento da minha coluna "Voz Mulher" no Jornal "A voz da Região".

Quem nunca ouviu falar em mãe solteira? Essa expressão é muito comum na atualidade, principalmente para meninas que engravidam na adolescência e logo têm a responsabilidade de cuidar de um bebê. Mas essa missão tem se tornado muito comum para pais solteiros. Não é difícil encontrar homens que assumem o papel de pais solteiros e levarm uma vida “diferente” em prol dos seus filhos.
Criança é sinônimo de muito trabalho. Alimentar, dar banho, ensinar a lição, levar à escola e ainda brincar, não são tarefas fáceis, mas muito prazerosas. O importante é não deixar cair na rotina, pois o que deve ser um ato de amor pode acabar se transformando em estresse. Todos sabem, mesmo quem não tem filhos (como eu), que cuidar de uma criança, seja ela bebê ou pré-adolescente, requer muito cuidado e atenção, principalmente na educação.
O mais comum para esse tipo de atenção em todas as famílias é que a mãe cuide do bebê, amamente-o, e leve o mais velho à escola, além de fazer todas as tarefas domésticas. Aos homens cabe levar o sustento à casa e manter a ordem dentro do lar. Mas a realidade dos tempos atuais é outra. Muitos desses valores já se tornaram obsoletos, e um grande número de pais solteiros precisam dar conta não só do trabalho para sustentar a família, mas também das tarefas domésticas.
Eles que arrumam o cabelo das meninas, fazem o jantar e têm uma tarefa ainda mais complicada, conversar sobre namoro, sexo, drogas e mudanças no corpo. Esses e outros assuntos devem ser conversados e para os pais, a melhor maneira é construindo uma amizade profunda com suas filhas.
Essa foi a realidade do bombeiro e fisioterapeuta, Edson de Souza. Depois do término de um casamento de 10 anos, Edson ficou diante de uma situação completamente nova, cuidar da sua filha Gabriela, de apenas cinco anos.
Na época, era necessário conciliar faculdade (em outra cidade), dois empregos, afazeres domésticos, e ainda ficar com sua filha, que naquele momento só queria atenção.
O mais difícil para ele nesta situação toda, foi se inteirar em um universo desconhecido: feminino e infantil.
“Eu não tinha idéia de como fazer um coque para minha filha ir ao balé. Muitas vezes eu deixava o cabelo solto e pedia alguma mãe que estivesse lá na hora para fazer.” diz Edson sorrindo.
Ele afirma ainda, que apesar de tudo, sua filha nunca deixou de fazer nada na sua infância. Ela ia ao balé, fazia natação, brincava com as amiguinhas e fazia tudo de criança. “Ela não perdeu nada na infância por conta de estar comigo.” Apesar de toda dificuldade em adaptar sua vida à uma nova rotina, Edson e Gabriela superaram juntos e hoje são grandes amigos. “O fato da gente ter ficado tanto tempo juntos, hoje temos um diálogo aberto e minha filha me faz perguntas que normalmente as meninas perguntam para as mães.” ressalta.
Esse período que os dois passaram sozinhos teve a ajuda de seus pais, mas a responsabilidade era sua e não tinha como transferir para outra pessoa. “Meus pais me ajudaram como puderam, mas o pai sou eu e não tem como transferir essa responsabilidade.” Há dois anos, Edson casou-se novamente e formou uma nova família.
Ele se sente muito feliz em ter a amizade de sua filha e com certeza, o dia dos pais é uma data importante a ser comemorada por eles.
Dedico esta matéria a todos os pais solteiros, casados e que amam e cuidam dos seus filhos. Mas em especial ao meu pai, Oswaldo Neves que dedica sua vida a sua família. Feliz dia dos pais a todos os leitores.

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