segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Filho único é sinônimo de solidão?

Carol Asthine

*Coluna Voz Mulher... todas as sextas no Jornal A Voz da Região!

Segundo mostra um estudo sobre a vida familiar, realizado na Grã-Betanha, com 100 mil pessoas, ser filho único não é sinônimo de mimo, ou solidão, mas sim de felicidade. A ideia de que o filho único é mimado nasceu em 1986 com psicólogo americano Granville Stanley Hall através do livro “Of Peculiar and Exceptional Children”. Além de pouco sociável, o filho único era descrito como superprotegido dos pais.
Contudo, diversos trabalhos foram desenvolvidos sobre as crianças que crescem sem irmãos e os resultados mostram que não existem diferenças significativas no desenvolvimento emocional entre os ilhos que têm irmãos e os que não têm. O estudo desenvolvido na Grã-Betanha com as 100 mil pessoas distribuídas em 40 mil casas apontou, no entanto, que os filhos únicos são mais felizes.
De acordo com a coordenadora da pesquisa Mas Guindi Knies, o resultado deste estudo constatou que o filho único não precisa lutar pela atenção dos pais, não sofre bullying dos irmãos mais velhos, nem recebe apelidos maldosos. Além disso, todo investimento dos pais é revertido à criança, principalmente na educação.
Mas este estudo divide opiniões. Para a Psicóloga infantil Rita Calegari, do Hospital São Camilo de São Paulo, atualmente, em tempos modernos, as mulheres trabalham fora e não têm muito tempo para dar atenção aos seus filhos. Por isso, ela afirma que se o problema era aprender a dividir, é preciso levar em conta que a realidade mudou. “Atualmente, é cada vez maior o número de mães que trabalham e a criança tem que aprender a dividir a atenção dos pais com outras prioridades”, diz a psicóloga.
Outro fator que influencia na mudança do comportamento das crianças
é a idade em que elas entram na escola. Se antes elas começavam a estudar aos seis anos, atualmente, é comum irem para a creche com apenas um ano. A partir desta idade, mesmo sendo filho único, as crianças têm a chance de conviver com outras crianças, fazer amigos e, aprender a compartilhar.

Filho único x amigos

Treze mil estudantes adolescentes estadunidenses foram avaliados por dois sociólogos, eles chegaram a conclusão que os adolescentes escolhem seus amigos independentemente de eles serem filhos únicos ou terem irmãos. Um estudo anterior a 2004, feito por um dos autores desta nova pesquisa, demonstrava que na pré-escola era possível notar que quem não tinha irmãos não tinha habilidades de relacionamento com as outras crianças quanto quem tinha. O sociólogo garante que essa diferença se dá com a convivência na escola, ao longo dos anos, quando aparecem muitas oportunidades de desenvolverem novas habilidades para o relacionamento social tanto os filhos únicos quanto os que têm irmãos.
O filho único, além de se relacionar bem com as pessoas e amigos, ainda sai ganhando porque têm um tempo para ficar sozinho, e esse momento é importantíssimo para pensar, imaginar e formar a própria identidade. Mas independente de ter um ou mais filhos, o importante é que a família seja unida. A união sim é garantia de felicidade!

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