segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Gravidez na adolescência

Carol Asthine

O Dia Mundial da Prevenção da Gravidez na Adolescência 2010 acontece pelo quarto ano em mais de 70 países da Europa, Ásia e América Latina. A campanha alerta pais e adolescentes sobre as consequências de uma gravidez não planejada. Segundo pesquisas da Organização das Nações Unidas, um terço das 205 milhões de gravidezes ocorridas a cada ano não são planejadas, causando um grande impacto nos aspectos físicos, emocionais, familiares e sociais da gestante.
Na América Latina são registrados anulmente 54 mil nascimentos com mães menores de 15 anos, e 2 milhões com idades entre 15 e 19 anos. No Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde, 15,9 anos é a idade média da população feminina que engravida sem planejar.
Uma pesquisa realizada por um laboratório de contraceptivos, em 25 países, incluindo o Brasil, revelou que 60% das adolescentes do sexo feminino e 55% do sexo masculino consideram que falar com sua parceira sobre contracepção seja um tema “difícil”.
Engravidei, e agora?
A gravidez na adolescência, considerada entre os 10 e 19 anos, vem sendo considerada, em alguns países, problema de saúde pública. O motivo? Sendo a gravidez precoce, as complicações abstétricas são bem maiores, como: incidência de anemia materna, doença hipertensiva específica da gravidez, desproporção céfalo-pélvica, infecção urinária, prematuridade, placenta prévia, bebê com baixo peso ao nascer, sofrimento fetal agudo intra-parto, complicações no parto (lesões no canal de parto e hemorragias). A dificuldade para amamentar também atinge as mães adolescentes.
Contudo, especialistas garantem que a gravidez pode ser bem conduzida pelas adolescentes, desde que elas recebam assistência pré-natal adequada, ou seja, de forma regular, durante todo o período da gestação.
Esse período de pré-natal, nem sempre começa na hora certa pelas jovens devido a vários fatores, que vão desde a dificuldade de reconhecimento e aceitação da gestação até a dificuldade para revelar a gravidez para os pais.
Mas as adolescentes devem estar atentas para a prevenção e caso ocorra a gravidez, a pior escolha é esconder dos pais e do parceiro. É preciso ser corajosa e assumir as consequências, para que sejam tomadas as devidas providências no tempo correto.
Quanto mais tempo esconder, mais tempo seu bebê estará sem cuidados.
Como abordar o tema com os filhos?
Falar de sexo com os filhos já foi mais difícil, mas ainda em tempos modernos existem pais que preferem não comentar sobre o assunto. Para instruí-los, o mais indicado é que o assunto seja introduzido nas conversas familiares desde a infância, para que na adolescência ele esteja devidamente consciente em suas atitudes.
Nos dias atuais, a divulgação nos meios de comunicação sobre como evitar a gravidez é bem ampla, mas mesmo assim, o número de adolescentes grávidas é cada vez maior.
Os pais, devido a cultura, vergonha ou preconceitos, têm dificuldade de falar sobre sexualidade com os filhos, mas o que eles precisam é de instrução por quem eles amam e confiam. Os adolescentes precisam do suporte em casa, para que não haja sem pensar fora dela.
Seja claro e objetivo, para não transformar o sexo em um questão somente de reprodução.

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