quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Profissão de intérprete da língua de sinais é regulamentada

Carol Asthine

A língua de sinais, utilizada para deficientes auditivos, ainda não tem muitos intérpretes, contudo, a profissão de tradutor e intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais) foi regulamentada em decisão publicada no Diário Oficial da União.
Entre as atribuições, o profissional poderá passar atividades pedagógicas em instituições de ensino, atuar em concursos e auxiliar na acessibilidade de surdos para serviços públicos. Também poderá prestar serviços em depoimentos em juízo, em órgãos administrativos ou policiais.
A formação profissional deve ser feita por cursos de educação profissional, de extensão universitária ou de formação continuada promovidos por universidades e instituições credenciadas por Secretarias de Educação, inclusive organizações que representam os surdos.
A lei diz que a União deverá aplicar um exame nacional de capacidade em tradução até dezembro de 2015. A Secretaria de Educação Especial do MEC (Ministério da Educação) afirma já ter um exame de proficiência em Libras.
A proposta foi apresentada em 2004 pela deputada federal Maria do Rosário, mas só no ano passado foi aprovada na Câmara. No Senado, o texto foi aprovado em julho deste ano.

Perda auditiva é grande na população mundial
Segundo estatísticas do censo do IBGE de 2000, cerca de 5,7 milhões de brasileiros têm deficiência auditiva significativa, contudo, menos de 170 mil se declararam surdos. Já a população mundial, 10% tem perda auditiva, deste estes, estima-se que 20% pertencem à faixa etária entre 40 e 60 anos.
Os portadores de deficiência ainda têm uma resistência em relação aos aparelhos auditivos. O preconceito com relação ao equipamento é principalmente ao constrangimento diante de outras pessoas. Mas os profissionais da área afirmam que no dia-a-dia das consultas o que se vê é uma grande desinformação sobre o tema. Muitas pessoas pensam que os aparelhos auditivos são aparelhos grandes, utilizados por fora da orelha. Não é bem assim, com a evolução tecnológica surgiram uma infinidade de modelos, muitas vezes discretos que passam despercebidos e, o melhor de tudo, devolvem ao paciente um importante sentido, a audição.
O custo também é considerado um empecilho para a utilização dos aparelhos, especialmente entre os idosos. Mas existem vários fabricantes de aparelhos auditivos no mercado mundial e sempre há um diferencial entre eles. Através de uma pesquisa, por exemplo, é possível encontrar aparelhos bons e que entrem no orçamento.

Os benefícios para quem tem perda auditiva ao adquirir um aparelho

Além disso, ela destaca que é preciso pesar na balança os benefícios que o uso dos aparelhos auditivos irá proporcionar aos pacientes. “E isso não tem preço. A perda auditiva pode trazer vários problemas, tanto auditivos quanto emocionais, já que além de diminuir a capacidade auditiva, isola o deficiente de situações rotineiras e principalmente, do convívio familiar e social”, explica a fonoaudióloga.
Por isso, a ordem é vencer o preconceito, bandeira levantada pela Audibel com suas campanhas como o projeto Passe Adiante que em quatro anos já realizou mais de 300 ações em creches, escolas, asilos e orfanatos com palestras de conscientização sobre a importância da saúde auditiva e, agora, com o site www.ouvirfazbem.com.br um novo canal de informação sobre saúde auditiva e a importância de ouvir.
Por fim, a fonoaudióloga lembra que o primeiro passo contra a desinformação é procurar um otorrinolaringologista - médico especialista em ouvidos, nariz e garganta para saber se há necessidade de usar o aparelho auditivo e, se sim, um fonoaudiólogo, que fará sua adaptação antes que o problema avance. “O correto diagnóstico indicará o uso do melhor aparelho para cada paciente. Para que isso aconteça é necessário passar por exames audiométricos que possam determinar seu grau e tipo de perda auditiva. A partir destes dados é que será feita a escolha da melhor tecnologia a ser utilizada pelo futuro usuário,” diz.


Exame ajuda a identificar 90% das perdas auditivas

Hospitais e maternidades públicas do Brasil serão obrigados a realizar gratuitamente o “teste da orelhinha”, - nome popular do exame de Emissões Otoacústicas Evocadas - utilizado para identificar problemas auditivos em recém-nascidos. A lei foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e publicada em dia 03/08 no Diário Oficial da União.

Segundo especialistas, a lei contribuirá para que todos tenham acesso ao teste, que serve para identificar 90% das perdas auditivas, desde as mais leves até as mais profundas. Importante passo, já que uma deficiência não diagnosticada é capaz de trazer consequências para o desenvolvimento de uma criança.

De acordo com o Ministério da Saúde, o teste da orelhinha já é um exame que consta da tabela de procedimentos do Sistema Único de Saúde (SUS), oferecido gratuitamente à população. Porém, não estava disponível em alguns hospitais e maternidades do país. Com a regulamentação, será fixado o prazo para que os serviços de saúde sigam o que foi determinado pela lei. O ministério afirmou, no entanto, que não há definição do prazo.

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